Texto escrito por Dudu Carvalho e publicado pelo Circulo Saudável em 15/01/2019.
Estar em contato com a natureza é estar conectado consigo mesmo. É como um passo que te leva para mais perto da sua essência e da sua verdadeira missão aqui na Terra. Permita-se ser mais bicho e menos gente, ao menos de vez em quando. Busque a natureza e deixe que ela te entregue o melhor que tem a oferecer. Menos pensamento e mais instinto pode fazer uma real diferença na sua vida!

Como fotógrafo de natureza (amador), entro em contato com a natureza mais primitiva, sinto minha essência falando em mim. É no som da água, no olhar de um animal e na brisa que chega a meu rosto que eu me encontro.
Uma boa caminhada por uma mata fechada, no meio de uma floresta, para ter certeza do bem estar e da tranquilidade e harmonia que os ares, odores do verde e sons da natureza nos trazem. O termo: banho de natureza, esta popular, é uma nova tendência nos EUA mas já existe há anos no Japão.
As pessoas cada vez mais doentes e estressadas, buscam qualidade de vida, mudar, para ter mais equilíbrio físico, mental e emocional. Diversas universidades pesquisam os efeitos benéficos que a natureza nos trás.
A seguir, descrevemos duas pesquisas importantes com dados expressivos, comprovados cientificamente sobre o assunto, boa leitura!
A natureza pode ajudar a prevenir ou até mesmo a tratar problemas de saúde? Yoshifumi Miyazaky afirma que sim.
Yoshifumi Miyazaki é professor universitário, antropólogo, investigador e vice-diretor do Centro de Meio Ambiente, Saúde e Ciências do Campo da Universidade de Chiba, no Japão. Autor do livro shinrin-yokuou – banho de floresta ou natureza, significa literalmente mergulhar na atmosfera da floresta.
O que é o banho de natureza?
É uma atividade em que as pessoas relaxam através da harmonia com a natureza. No Japão, têm sido desenvolvidos vários programas de banho de natureza (shinrin-yoku) que envolvem atividades como: caminhadas lentas, respiração profunda, abraçar árvores, yoga, meditação, alongamentos ou piqueniques. Há ainda observação de aves e do céu noturno, das nuvens, de cascatas, brincadeiras na água e concertos na natureza.

Qual é a importância do banho de natureza?
A sociedade moderna está cheia de estresse. Com base no estudo de fósseis, sabemos que os seres humanos existem há cerca de sete milhões de anos. Se aceitarmos que a urbanização coincide com a revolução industrial, essa história tem apenas entre 200 a 300 anos. Temos corpos que estão adaptados à natureza, mas agora vivemos num ambiente artificial. É difícil apercebermo-nos disso, mas, nós humanos modernos, estamos em estado de estresse.
Quais os benefícios do banho de natureza?
Existem efeitos preventivos e uma redução dos custos médicos. Os humanos modernos têm o corpo adaptado à natureza, no entanto vivem numa sociedade artificial. Podem não se aperceber, mas estão em estado de estresse e é concebível que o seu sistema imunitário esteja enfraquecido. Um bom exemplo são as pessoas que se constipam facilmente. Através da redução desse estado de estresse, podem recuperar a força imunitária e desenvolver um corpo resistente à doença. Isso conduzirá a uma redução de despesas médicas. Na sociedade de hoje, têm sido estimulados vários tipos de meditação e de outros métodos de relaxamento. A vantagem do banho de floresta e de outras terapias da natureza é que os nossos corpos estão adaptados a ela.
Os 5 principais benefícios:
- Sugere um efeito preventivo contra bactérias, vírus e tumores.
- Apresenta efeitos relaxantes.
- Pode reduzir a pressão arterial, o ritmo cardíaco e o estresse.
- Pode reduzir sintomas de ansiedade, depressão, irritação, fadiga e confusão.
- Pode aumentar o nível de adiponectina, um hormônio que, em baixa concentração, está relacionada com doenças como a obesidade ou diabetes tipo 2.
Outros benefícios desta terapia natural na saúde física e mental são poderosos: reduz a tensão muscular e a pressão sanguínea, fortalece o sistema imunitário, diminui o estresse, acelera a recuperação na doença, melhora a qualidade do sono, aumenta a capacidade de concentração e reforça a intuição.
Nos horários até às 10h00 da manhã e depois das 16h00 da tarde, evite o uso de óculos de sol e aproveite a luz natural destes períodos, que beneficia na descalcificação da pituitária e nos coloca em contato com os ciclos da natureza como o amanhecer e o anoitecer. A glândula pineal é uma reguladora dos ciclos naturais e fisiológicos do nosso organismo, como o sono e a vigília pois produz a melatonina, com o passar dos anos ela tende a se calcificar. Assim, a prática de assistir a um belo nascer ou pôr-do-sol ou seguir mais o ritmo dia-atividade e noite-descanso ajuda a manter a glândula pineal mais saudável.
Mergulhe na Natureza, abrande o ritmo de vida e desperte os sentidos básicos.
Observar aves (passarinhar)
Associe o banho de natureza à observação de aves, aproveitando que o Brasil tem 20% das espécies de aves do mundo, o equivalente a 1.919 espécies. Observar aves ou Passarinhar é uma terapia natural.
Pesquisas apontam que observar aves, mesmo em ruas perto de casa, ajuda a combater a depressão e a ansiedade. A Universidade de Exeter, na Inglaterra, divulgou no início de 2017 um estudo comprovando que as pessoas que moram em bairros arborizados e com mais aves por perto estão menos propensas a desenvolverem problemas de saúde, como o estresse. Além disso, ao passarinhar, o observador aumenta sua capacidade de atenção e estimula sentidos, como audição e visão.
Um dos pontos mais curiosos da pesquisa da Exeter revelou que os níveis mais baixos de depressão, estresse e ansiedade estavam associados ao número de aves que as pessoas viam no período da tarde.
De acordo com Erika Hingst-Zaher, pesquisadora do Museu Biológico do Instituto Butantã, responsável pelo Observatório de aves, a desconexão com a natureza e o aumento do sedentarismo causado pela crescente urbanização têm gerado encargos enormes e pouco discutidos na área da saúde. “O custo dos problemas de saúde relacionados à ansiedade e ao humor, computado por países europeus, chega a cerca de 200 bilhões de euros por ano”, afirma.
Link reportagem do Globo Repórter exibido em 25/10/2013, referente ao estudo do professor Yshifumi Miyazaky.